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Bem vindo ao FICHEIROS COM ARTE

 

Percebendo e reconhecendo que a cada momento da vida e, especialmente, do trabalho (para quem o tem…), somos obrigados a recordar a criança/aluno que fomos, o adulto/professor/pai que somos (fazemos por ser) e o adulto/professor/pai que não queremos ser…

Como surgiu?

 

Este projeto surge do “dilema” assumido e partilhado nas linhas anteriores, embora direcionado e influenciado pela ótica do “professor”. No entanto, não fica imune ao percurso enquanto “aluno” e dos alunos a quem lecionamos e com quem muito aprendemos ao longo dos “curtos” treze anos de ensino. Nem mesmo à ótica do “pai”, ainda que não por influência do próprio filho (a dois anos do ingresso no 1º ciclo), mas sim dos “pais” das crianças a quem lecionamos, especialmente da “última fornada” que deixamos (com muita pena, mas com muito orgulho), no ano letivo 2013/2014.

 

As preocupações partilhadas, os “puxões” de orelhas recebidos (poucos, mas importantes) e o reconhecimento do trabalho produzido/realizado ao longo de três anos de trabalho, conduzem-nos a esta partilha junto daqueles que, de dia para dia, procuram ser “o/a melhor professor/a do Mundo”…mais não seja, do Mundo das crianças a quem tanto nos dedicamos.

 

A tarefa do professor, que consiste em simplificar a aprendizagem, obriga-o a recorrer a estratégias de diferenciação pedagógica e instrumentos variados de suporte, não só em função da aprendizagem coletiva que queira instigar, como também em função da relação que cada criança constrói na turma em que está incluída.

 

Julgo ter sido um “afortunado” no percurso académico trilhado, bem como no percurso profissional (socialização profissional), pelo privilégio de ter aprendido/trabalhado e, ainda aprender e trabalhar com pessoas experientes, dedicadas à sua profissão e, acima de tudo, reflexivas, cuja prática em muito influenciou e influencia a forma de olhar o ensino e especialmente as crianças.

 

Neste capítulo, referência especial para um grande amigo (JM) que, em “apenas” quatro anos de trabalho conjunto, muito transmitiu, ensinou e partilhou. Desta convivência e do trabalho realizado, ressaltou, entre muita coisa, o modelo de trabalho educativo por ele implementado em sala. Facto que me levou a conhecer o movimento e modelo pedagógico da Escola Moderna (MEM).    

 

Como referem Grave-Resendes e Soares (2002), o modelo de trabalho educativo do MEM corresponde às exigências de uma educação para o futuro, ou seja corresponde às exigências e desafios que, hoje, se colocam à escola e aos professores.

 

O modelo educativo do MEM tem como finalidade o envolvimento e co-responsabilização dos alunos na sua própria aprendizagem, tendo em vista uma maior qualidade educativa, que se traduza, não só num aumento dos saberes dos alunos e no seu prazer em aprender, como num maior desenvolvimento pessoal e social dos mesmos.

 

A ação educativa do MEM, privilegia, assim, o trabalho diferenciado de aprendizagem dos alunos e, como tal, o espaço educativo deverá ser organizado “em função dos conceitos de ensino-aprendizagem que defende e os instrumentos que os operacionalizam” (Grave-Resendes e Soares, 2002). Isto é, segundo os princípios de intervenção educativa do modelo pedagógico do MEM é fulcral que se diversifique: o espaço, as tarefas e responsabilidades, os materiais e os instrumentos de pilotagem (Grave-Resendes e Soares, 2002). Ou seja, o MEM assume, claramente, a importância dos instrumentos na organização e desenvolvimento das atividades de aprendizagem realizadas pelas crianças.

Trabalho Autónomo (TA) e Trabalho de Estudo Autónomo (TEA)

 

Uma parceria entre professor e aluno, num sentido prático e intelectual. Um trabalho escolar consentido e com sentido. Uma aprendizagem regulada.

 

Enquanto estratégias de diferenciação pedagógica, o TA e o TEA assumem um papel fundamental na aprendizagem das crianças, estimulando a responsabilidade, a autonomia, o esforço, a cooperação, os hábitos de trabalho e o gosto pela aprendizagem e sua avaliação. Isto, quando apoiados por instrumentos e dinâmicas de (auto) regulação e comunicação importantes.

 

A saber:

 

- o Plano Individual de Trabalho (PIT), contrato de trabalho que responsabiliza as crianças em todo o processo de apz;

- as Reuniões de Turma (Assembleias e/ou Conselhos de Turma) com redacção de atas;

- o Trabalho de Projeto (TP), com momentos de comunicação à Turma;

 - os Mapas de Registo/Monitorização (tarefas, etc…);

- a organização da sala em “Espaços”;

- a Tradução dos Programas e “Metas Curriculares”, como elemento de regulação das aprendizagens;

- o memorando (Jornal de Parede e/ou Diário de Parede);

- o Diário de Turma (DT);

- a Planificação (com participação das crianças, pois quanto mais participam na sua elaboração, mais sentem que são suas, o que se traduz numa maior responsabilidade);

- a “Agenda Semanal”, que contemple momentos de TA e TEA;

- Ficheiros Autocorretivos (organizados por disciplina, domínio e respectivos conteúdos), que proporcionem tarefas com graus de complexidade diferenciados, orientados para o desenvolvimento de competências curriculares e das respetivas metas de aprendizagem.

 

O PIT, referido anteriormente, pode ser caracterizado como um compromisso assumido entre o professor e os alunos relativamente ao trabalho a desenvolver pelo aluno no seu tempo de TA previsto na Agenda Semanal da turma. Ou seja, o PIT pode ser designado como um guia semanal do percurso dos alunos que orienta o trabalho dos mesmos (Bellem et al, 1993, Santana, 1999; Cadima, 1997; Niza, 1998; Rodrigues, 1999; Custódio,2002; Grave-Resendes e Soares, 2002; Liberal, 2010).

 

É neste sentido que Grave-Resendes e Soares (2002), sublinham que os Planos de Trabalho "são, simultaneamente, instrumentos de planificação e de controlo, contratos explícitos que comprometem e responsabilizam os alunos e o professor perante si mesmos e perante a turma".

 

O PIT pode também ser descrito como um instrumento de pilotagem e de registo individual, como instrumento que permite organizar, apoiar e regular o trabalho desenvolvido pelo aluno, pois, tal como fazem notar Grave-Resendes e Soares (2002), permite "simultaneamente a sua planificação e o seu controlo, isto é, o balanço objetivo entre aquilo que cada um pensa poder realizar naquele tempo e aquilo que efetivamente é capaz de realizar".

 

Como referiu Gregório (1997), "a sala é o local privilegiado da atividade da turma". Desta forma, para implementar o PIT em contexto de sala de aula é necessário criar, anticipadamente, condições materiais e humanas facilitadoras do ponto de vista não só do trabalho do aluno, mas também do trabalho do professor, isto porque a eficácia desta estratégia (PIT) depende muito de ambas. É nesta linha de pensamento que Santana (1999) também destaca que "a organização cooperada dos recursos da sala de aula facilita a autonomia dos alunos".

 

Com efeito, a implementação/operacionalização do PIT está dependente da organização pedagógica do espaço, do tempo, dos recursos e dos intervenientes e decorre em várias fases: (i) fase de organização, (ii) fase de planificação, (iii) fase de concretização e (iv) fase de avaliação.

 

Como salientam Martins e Niza (1998), "a forma como a sala de aula está organizada condiciona o tipo de trabalho pedagógico que nela se pode desenvolver".

 

 

Sugestões de Organização:

 

1 - Organize um dossier (A5) e coloque os ficheiros em capas de plástico (micas A5), arquivando-as de acordo com a colecção/área/conteúdo/numeração.

2 - Se preferir arranje uma caixa, plastifique os ficheiros e coloque-os por ordem. (opção mais em conta – arranjar caixas de gomas, recortar os ficheiros à medida e identificar as caixas).

3 - Coloque os ficheiros num local da sala definido para o efeito (ex: Cantinho dos Ficheiros, Cantinho de Estudo, etc.);

 

Metodologia de Utilização:

 

- Os ficheiros deverão ser colocados em “micas” e/ou plastificados para maior protecção e durabilidade;

- O(s) professor(es) ou o(s) aluno(s) escolherão os ficheiros de acordo com as dificuldades e/ou o trabalho definido a explorar/trabalhar.

- O(s) aluno(s) não deverão escrever diretamente nos ficheiros (em alguns casos deverão fotocopiá-los);

- Embora numeradas e, na maioria dos casos, com dificuldade gradual, os ficheiros não implicam uma ordem de execução;

- Os ficheiros poderão ser propostos um para cada aluno e/ou grupo (conforme dificuldades manifestadas);

- A proposta de trabalho poderá ser apresentada mais do que uma vez…sempre que se justifique;

- O TA e/ou o TEA implicará a utilização de um “documento regulador”, uma grelha de registo (ex: Plano Individual de Trabalho – PIT). Documento que poderá/deverá ser do conhecimento do Encarregado de Educação (ver exemplos na Galeria);

- Este documento regulador deverá ser alvo de avaliação por parte das crianças e, subsequentemente, pelo professor, com conhecimento aos EE (que deverão rubricá-lo)…numa periodicidade semanal, quinzenal ou até mensal;

- Os momentos de TA e/ou TEA deverão constar na Agenda Semanal da Turma e/ou do aluno (em caso de trabalho individualizado).

 

 

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